quinta-feira, 12 de maio de 2011

Os "jás" e os "aindas"

Há um amigo meu que, em questões políticas, me define como tendo um braço muito direito e um braço muito esquerdo. E cada vez que faço anos também sinto sempre uma correlação de forças dúbia: por um lado, fico muito feliz e sinto-me ligeiramente princesa. O outro lado nunca escapa de uma certa neurose e de uma dose de reflexões intensas e nem sempre felizes.
É inevitável, todos os anos me ponho a pensar nas coisas que já fiz, já senti, já aconteceram e em todas as outras que faltam fazer. Este ano resolvi fazer uma listinha (que, para não ferir susceptibilidades, fica guardada) com duas colunas. A dos "jás", e a dos "aindas".
Foi remédio santo para me passar a neurose: os "jás" deixaram-me feliz com o meu percurso. E os "aindas", que ultrapassam os "jás" em bem mais de 80%, revelaram que a procissão ainda vai no adro. E eu cheia de pica para a travessia.

domingo, 8 de maio de 2011

Estórias do 716

De volta de uma semana dedicada à vida académica - da parte da vida diurna.  A nocturna adivinha-se para a semana que vai começar, ou melhor, que começou hoje porque as semanas começam aos Domingos, como aprendi a semana passada na missa.
Quando pensei criar um blog, a minha ideia inicial não tinha nada a ver com isto. Tinha a ver com uma situação que presenciei.
Ia muito tranquila no 716, a caminho de casa ,quando o diálogo de duas senhoras desconhecidas me prendeu a atenção. Estava a chover intensamente na rua, e uma delas, com cerca de 70 anos, acabara de entrar na última paragem. Era baixinha, espalhafatosa e simpática, aquele tipo de velhotas que fala pelos cotovelos com toda a gente. Sentou-se ao lado da outra, mais jovem e com um aspecto mais distinto, mas não menos afável. A senhora mais velha começou a elogiar o chapéu que da senhora mais jovem, um daqueles chapéus impermeáveis axadrezados que protege da chuva. Começou um vivo diálogo entre as duas, que culminou com a senhora mais jovem a dizer: “Olhe, dê-me a sua morada e o número de telefone que enviar-lhe-ei um chapéu igual ao meu”. Acho que o meu espanto foi equiparável ao da contemplada com a oferta. Ali mesmo, trocaram contactos e despediram-se como velhas amigas.
Esta cena tocou-me. Fiquei com vontade de correr atrás delas, perguntar-lhes quem eram, saber mais da sua vida e da vida dos que se cruzam comigo.
 Era esta a génese da minha criação de um blog. Por motivos de força maior, tive que abandoná-la. Mas agora apetece-me inseri-la também no M&M, e é o que pretendo fazer.
Agora resta saber quem será a primeira alma caridosa a falar comigo. Ou a primeira vítima.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Kamasutra dos partos

Há uns dias, numa jantar de amigos, tive uma conversa muito interessante e nadaaa assustadora sobre o acto de dar à luz, em que se chegou à conclusão que há mil e uma maneiras de botar uma criancinha no mundo. Até que alguém mandou uma boca (vá, confesso que fui eu) sobre o facto de praticamente existirem quase tantas posições de conceber uma criança como de tê-la. Não tardou a que me pusesse a imaginar um livro com posições do Kamasutra e posições do parto correspondentes, tipo: posição do missionário corresponderia a dar à luz de forma normal. O banqueiro italiano* resultaria num parto de cócoras. E não vale a pena continuar que isto já está a ficar demasiado visual. Cheira-me que a leitura deste livrinho seria um óptimo método contraceptivo. Vaticano, se a ideia pegar... patente aqui, sff!

*atenção que ouvi falar disto na série Dirty Sexy Money, logo não tenho mais informações sobre o assunto

domingo, 1 de maio de 2011

Com M grande

A letra M tem para mim um peso maior que todas as outras. M do meu nome próprio e apelido. M como uma alcunha especial.  M de Maria, o nome de quase todas as Mulheres (outra bela palavra começada por M) da família. M de Mãe...
No dia do meu baptizado, há mais de 20 anos, foi também a esta letra que ela recorreu para pedir o que queria para mim. Foi sucinta nas palavras e imensa no conteúdo, desejando apenas que eu me tornasse uma mulher com M grande. Sei que ainda não atingi este desejo dela, mas, como como se diz em Moçambique, "há-de chegar!".  Mas sei, sem qualquer dúvida, que ela é a mulher e mãe com o maior M que conheço e que cada ensinamento que me transmite é uma benção e uma alegria. O ano passado pensei que a ia perder e é um momento que ainda magoa e evito recordar. Também por isso, mas principalmente por tudo o que significa para mim e por toda a vida e beleza que traz a quem a rodeia lhe digo, sem dúvidas, e com o coração cheio, que é o maior e mais bonito M que algum dia atravessará a minha vida.